POEMAS. 05
10-12-2014 08:48
Ao Rafael Monteiro
Balada de Sesimbra
Em Sesimbra me fiquei
A alma de si esquecida
E aquele antigo Rei
No meu ser fundo dormindo
Pretende que assim não é vida.
Aqui no extremo de tudo
A noite é bem mais comprida
E o antigo Rei está mudo
O antigo Rei já é nada
Nem sequer pretende a vida.
E o sol que corre no céu
Essa luz que é só por fora
Fecho os olhos, quem sou eu?
O Rei dormindo que é nada
Na noite que sou agora.
Curso divino do sol,
Trazê-lo p’ra dentro de mim
Ser por dentro um girassol
Aqui no extremo do mundo
Onde estou só porque sim.
António Telmo