ONTEM, NO AUDITÓRIO DO «RAIO DE LUZ»: AGOSTINHO DA SILVA E JOEL SERRÃO, GIGANTES POR CONDIÇÃO, SESIMBRENSES POR ELEIÇÃO
A nova dinâmica agostiniana do GEAS – Gabinete de Estudos Agostinho da Silva continua a estabelecer novos paradigmas. Ontem, no Auditório do Raio de Luz, em Sampaio, Sesimbra, foi a vez de (re)abrir o diálogo entre Agostinho da Silva e Joel Serrão. Se, para o primeiro, Sesimbra ocupava, no seu coração, um lugar muito próximo do Porto e de Barca de Alva, como se lê no folheto “Vitória”, de 1971, e, seis anos depois, a voz pseudonímica de João Cascudo de Moraes confirmará em Pensamento em Farmácia de Província, ao referir-se a George Agostinho como “o sesimbrense Amigo”, Joel Serrão costumava dizer que tinha duas terras: a Madeira, onde nasceu em 1919, e Sesimbra, onde escreveu parte importante da sua obra e onde viria a falecer em 2008. Quem ontem o revelou foi Cecília Serrão, filha do historiador, convidada especial do Colóquio “Agostinho da Silva entre Fernando Pessoa e Joel Serrão”, em que, por um imprevisto de última hora, a pessoana Teresa Rita Lopes se viu impedida de participar. Mas nem por isso Fernando Pessoa deixou de vir à colação neste encontro, pois quer Maria Helena Carvalho dos Santos, amiga e colega de Serrão na Universidade Nova, e que o evocou, quer Rui Lopo, que reconstituiu o diálogo intelectual e afectivo entre o historiador e o estranhíssimo colosso, frisaram a comunidade de interesses que os movia em torno do poeta de Mensagem.
Antes do proverbial Moscatel de Honra, houve ainda tempo para se ouvir um excelente apontamento musical pelo Coro da Perpétua Azeitonense.