ONTEM, NA BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL: HOMENAGEM A AGOSTINHO DA SILVA, 20 ANOS DEPOIS DA SUA MORTE
A chuva e o frio intensos que ontem assolaram Lisboa não impediram que mais de três dezenas de pessoas acorressem ao Auditório da Biblioteca Nacional, tomando parte no encontro de homenagem a Agostinho da Silva em que foram apresentados os livros Agostinho da Silva em Sesimbra, de Pedro Martins e António Reis Marques, com chancela do Centro de Estudos Bocageanos, e Cartas de Agostinho da SIlva para António Telmo (transcrição, organização, notas e comentários de João Ferreira, Pedro Martins e Rui Lopo), com o selo da Licorne, e que são o fruto de dois projectos de investigação desenvolvidos no seio do Projecto António Telmo. Vida e Obra, constituindo, aliás, os dois únicos livros de agostiniana publicados em Portugal em 2014, ano em que se comemora o 20.º aniversário da partida de Agostinho, ambos prefaciados por António Cândido Franco, biógrafo de Agostinho da Silva.
Numa sessão conduzida por Daniel Pires, Presidente do CEB e membro do nosso projecto, Rui Lopo apresentou Agostinho da Silva em Sesimbra, frisando o carácter precursor desta obra e salientando os laços que, desde António Telmo e Rafael Monteiro, até João dos Santos e Joel Serrão, vincularam Agostinho da Silva à póvoa arrábida. Miguel Real, por seu turno, empreendeu uma síntese filosófica do epistolário agora reunido em livro, relevando a sua importância no contexto do pensamento e da obra dos dois filósofos, nomeadamente a influência multímoda que Agostinho exerceu sobre Telmo, sobretudo na década de 60. Por fim, Pedro Martins, frisando o carácter nacional desta homenagem, evidenciou a necessidade imperiosa de um trabalho continuado na perpetuação da memória destes e de outros autores, e nesse sentido deu conta do que têm sido e vão continuar a ser as comemorações agostinianas de matriz télmica, agora que se avizinha a publicação de um inédito de Agostinho sobre um livro perdido de Telmo na próximo número da revista A IDEIA. A foto-reportagem é de Filipe Nobre Gomes.