ONTEM À NOITE, EM SETÚBAL, NA CASA DA CULTURA: UM AGOSTINHO DA SILVA COM FUTURO

Apesar do adiantado da hora, ninguém arredou pé até ao fim. Ontem, em Setúbal, na Sala José Afonso, da Casa da Cultura, a noite, promovida pelo Centro de Estudos Bocageanos, foi de Agostinho da Silva e começou com a apresentação, por Renato Epifânio, do número 18 da revista Nova Águia, onde está a ser publicada a segunda parte, ainda inédita, de Vida Conversável, de Agostinho, caso raro no autêntico deserto que, desde há uma década, a edição da sua obra vem atravessando, situação que, aliás, Pedro Martins enfatizaria ao apresentar o seu livro A Liberdade Guiando o Povo – Uma Aproximação a Agostinho da Silva, lamentando ainda o modo devocionista e descontextualizado como Agostinho tem vindo a ser divulgado institucionalmente. De seguida, Risoleta C. Pinto Pedro falou sobre o seu mais recente livro, A Literatura de Agostinho da Silva, essa alegre inquietação, outro dos títulos que, com A Liberdade Guiando o Povo e Agostinho da Silva – A Última Entrevista de Imprensa, ontem apresentado por António Ladeira, um dos entrevistadores do Estranhíssimo Colosso, forma o tríptico de agostiniana saído a lume nos últimos meses com a chancela da Zéfiro, o selo da Colecção Nova Águia e a marca do GEAS – Gabinete de Estudos Agostinho da Silva. Apesar das preocupações que Rui Lopo, na sua muito aplaudida intervenção final, não deixou de expressar, Agostinho tem futuro e o trabalho inovador do GEAS, que ontem foi dado a conhecer em pormenor à assistência, permite afirmá-lo. Até porque no horizonte se perfilam já novos e surpreendentes projectos editoriais…