NO PRÓXIMO NÚMERO DE «A IDEIA»: UM ESCRITO INÉDITO DE AGOSTINHO DA SILVA SOBRE O "LIVRO PERDIDO" DE ANTÓNIO TELMO

“Taxinomia e caça são, efectivamente, duas qualidades distintas e é bom que tenha sido o mundo provido das duas raças de trabalhadores; pena que tão frequentemente rosnem uns contra os outros, sem se reconhecerem companheiros e sem quererem confessar, posto que muitas vezes o aceitem, que uns aos outros se ajudam, por aquilo a que na história dos organismos se vai chamando de retroacção positiva…”

Agostinho da Silva

A revista de cultura libertária A IDEIA irá publicar, no seu próximo número duplo (73/74), um escrito inédito assinado por Agostinho da Silva, e datado de “Belém de Cachoeira, 7.3.68″, que faz parte do espólio de António Telmo e de que aqui se deixa um excerto.  Pelo tom prefacial e pelas referências à estrutura da obra e ao seu teor, percebe-se que Agostinho se pronuncia sobre um livro, hoje não identificável, e provavelmente perdido, que António Telmo teria pronto para publicação durante os seus anos brasilienses. O maniqueísmo, o priscilianismo e o culto do Espírito Santo são alguns dos topoi por onde já então vogava o filósofo da razão poética, deixando adivinhar a gesta gloriosa do Desembarque dos Maniqueus na Ilha de Camões.  Recorde-se que o próximo número de A IDEIA, com lançamento aprazado para a TARDE TÉLMICA de 22 de Novembro, virá acompanhado de um suplemento inteiramente dedicado a Telmo, onde serão dadas a lume as ainda inéditas "Páginas Ibero-Americanas", com edição e introdução de Pedro Martins, a correspondência trocada entre o nosso patrono e José Marinho (comentadas por Jorge Croce Rivera e anotadas por Rui Lopo), e as cartas que Dalila Pereira da Costa e Fiama Hasse Pais Brandão escreveram ao filósofo de Arte Poética, acervos epistolares comentados respectivamente por Rui Lopo e António Carlos Carvalho.