NO PASSADO SÁBADO, NO MUSEU DO ALJUBE: APRESENTADO O NÚMERO TRIPLO DE «A IDEIA» DE 2022
Após dois anos de interregno motivado pela crise pandémica, o auditório do Museu do Aljube voltou a acolher a apresentação de um novo número da revista de cultura libertária A Ideia, no caso vertente o número triplo publicado em Dezembro último, 97/99, com 320 páginas, tendo como tema central as relações do pensamento libertário com o sistema tecnocientífico.
Foi na tarde do passado sábado, dia 4, e a apresentação esteve a cargo de António Cândido Franco, director da revista, que destacou as linhas de força do volume, e de Risoleta Pinto Pedro, que fez a leitura de alguns textos seleccionados.
fotos: A Ideia
A sessão, que contou com a presença de cerca de seis dezenas de pessoas, teve como momento alto a palestra de Luís Farinha, historiador e antigo director do Museu do Aljube, sobre a obra e a figura de Manuel Francisco Rodrigues (1901-1977), que se notabilizou no seio do meio libertário português dos anos 20, 30 e 40 do século XX pelas posições vegetarianas, naturistas e pacifistas.
Conforme se pode ler na página digital de A Ideia, «Manuel Francisco Rodrigues, que estava em Espanha no momento do golpe militar de Julho de 1936, foi obrigado a regressar a Portugal depois da vitória militar franquista, sendo de imediato preso no Aljube e seguindo em 1941 para o campo concentracionário do Tarrafal, onde se integrou no sector libertário. Segundo Luís Farinha, deixou-nos aquele que é um dos mais importantes testemunhos literários e humanos sobre a vida na prisão tarrafalista: Tarrafal, Aldeia da Morte – o diário da B5, escrito nos anos do encarceramento (1941-1945) e só publicado em Junho de 1974, depois da revolução do 25 de Abril.»