NO PASSADO SÁBADO, EM SESIMBRA: EM BUSCA DE UM CÂNONE TÉLMICO
Falando dos outros, falou-se também, e muito, de António Telmo. Sem idolatria, com serenidade. E proveito.
Falou-se de Denis Saurat, autor de Literatura e Ocultismo, livro matricial na formação do pensamento do autor de Arte Poética, que Elísio Gala deu a conhecer. Falou-se de Gustav Meyrink, o criador austríaco de O Golem, e de Jorge Luis Borges, que o verteu para língua castelhana na Argentina, como lembrou António Carlos Carvalho, que evocou ainda Ernst Jünger, o alemão que atravessou o século XX e que Telmo tanto lia nos últimos anos. E falou-se de Apuleio, e o seu O Burro de Ouro, motivo central de reflexão da carta, incluída n’A Aventura Maçónica, que o filósofo escreveu a Eduardo Aroso.
O debate foi importante, e abordou questões como a existência de um cânone télmico literário, só aparentemente conservador, na medida em que, ao lado dos clássicos, integra autores obscuros e marginais, em Portugal como no mundo. De resto, a sexta Tarde Télmica deste ano, que se cumpriu a 29 de Outubro, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra, foi lugar privilegiado de testemunhos, revelações e reflexões, que dela fizeram mais um momento alto.