NA «GEORGE» DE JANEIRO: EDUARDO AROSO ESCREVE SOBRE «AGOSTINHO DA SILVA – O POETA NO FILÓSOFO: A DESGARRADA DE BARCA D’ALVA AO FIM DO MUNDO»

03-01-2017 09:39

A comunicação que Eduardo Aroso apresentou ao Colóquio A Literatura de Agostinho da Silva vem a lume este mês, no número 11 da GEORGE, a página do GEAS – Gabinete de Estudos Agostinho da Silva no jornal Raio de Luz. Aos leitores, desde já antecipamos um excerto desse texto.

Agostinho fez jus ao verso de Pessoa «o nosso destino é sermos tudo». Fê-lo de um modo aparentemente cheio de paradoxos, mas profundamente natural e assim coerente, numa obra luminosa que nos deixou, vibrante na chama que encontramos, por exemplo, na literatura bíblica. Não vou puxar Agostinho “ista”, dos vários “ismos”, taoista, budista, anarquista, socialista, marrano ou católico, ainda que Agostinho tenha escrito mais abertamente nesta última condição. Foi e é, sim, um servidor de Portugal, sem subsídios e sem medalhas. Um «colosso», como gravou António Cândido Franco, Agostinho todo ele, como nos diz num verso, com sinceridade e humor «Como de fé sou eu todo/me serve uma qualquer fé/ a que estiver mais à mão/ a que estiver mais ao pé/ contando que o que ser quero/nela se espelhando veja/ um nada que a nada impede/ e que inteiro a tudo almeja».