EDITORIAL. 30
Évora, o destino e o sentido
Passam hoje treze anos sobre a morte de António Telmo.
Foi em Évora que o filósofo partiu para a grande viagem.
Em 1 de Maio de 1964, em entrevista a’O Benfica Ilustrado, após frisar que a sua simpatia futebolística pelo Lusitano de Évora vinha logo após o benfiquismo que então era o seu, afirmou encontrar-se ligado a Évora pelo destino: – ali fora soldado, ali casara, ali era professor. Não poderia, porém, supor que o fado o vinculava de modo tão radicalmente existencial à capital alentejana.
Facto é que ao longo das décadas, beneficiando da proximidade a que as suas sucessivas moradas de Redondo, Borba ou Estremoz o deixavam da cidade, sempre Telmo regressou a Évora, ali cultivando muitas e boas amizades.
O Projecto António Telmo. Vida e Obra comemora dez anos de existência no próximo dia 20 de Novembro. Uma década de dedicação ao legado do filósofo da razão poética que pretendemos assinalar com um conjunto de iniciativas. A primeira será justamente em Évora, em 7 de Outubro. “António Telmo em Évora” se denomina a sessão que, para além de mais uma apresentação, a cargo de António Cândido Franco, de A Glória da Invenção – Uma aproximação ao pensamento iniciático de António Telmo, de Pedro Martins e Risoleta C. Pinto Pedro – livro editado pela Zéfiro e já nas livrarias em todo o país –, se realizará uma mesa-redonda com amigos eborenses de Telmo, moderada por Rui Arimateia e para a qual estão já confirmadas as participações de António Cândido Franco, Francisco Soares, Maria Sarmento e Manuel Calado. A iniciativa, que terá lugar no Convento dos Remédios – uma palavra de especial agradecimento sendo devida a Rui Arimateia –, nasce de uma parceria entre a Câmara Municipal de Évora e o nosso Projecto e constituirá, por certo, uma bela e justa homenagem a Telmo da parte de quantos com ele conviveram na bela cidade transtagana.
Foi Évora destino e continua a sê-lo. Mas hoje é também sentido.