EDITORIAL. 19
Ter a palavra
Se entre nós estivesse ainda fisicamente, António Telmo festejaria hoje o seu 92.º aniversário. A verdade é que, menos de dez anos após a sua partida, a quase totalidade da sua obra, incluindo muitos dos escritos que deixou inéditos, se encontra já à disposição dos leitores em todas as livrarias de Portugal. É este um trabalho que entrou já na sua recta final, e que em breve se concentrará naquilo que no espólio do filósofo permanece ainda por publicar.
A edição, no próximo Outono, com a proverbial chancela da Zéfiro, de A Verdade do Amor precedida de Adriana, Volume XI das suas Obras Completas, que será prefaciado por Paulo Samuel, constituirá, por certo, um marco muito importante nesta caminhada. Num tempo em que António Telmo foi devolvido aos leitores e em que se prenuncia e se pronuncia a reaparição nos escaparates de outros nomes do seu universo, que é o do livre pensamento radicado na língua portuguesa. São eles, os leitores, também os das gerações mais novas, que agora têm a palavra.