ECOS DO CONGRESSO CERVANTES
Na próxima semana será a vez de Shakespeare. Na que agora termina falou-se de Cervantes. E da sua influência na cultura portuguesa, como sucedeu com a mesa-redonda da passada quinta-feira, dia 10, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras de Lisboa, em que participaram Miguel Real e Pedro Martins, membros do nosso Projecto, e ainda Sérgio Luís de Carvalho, que ofereceu aos presentes um vivo, agudo e divertido depoimento das suas vivências de Espanha a partir do imaginário quixotesco criado pelo mago de Lepanto. Miguel Real, considerando esse mesmo imaginário, apresentou o contraste idiossincrático que Unamuno estabeleceu entre portugueses e espanhóis no seu Do Sentimento Trágico da Vida; e Pedro Martins, partindo de uma das Novelas Exemplares, aprofundou, com novos dados, a tese de Sampaio Bruno de que as Academias seiscentistas dos Singulares e dos Generosos seriam lojas maçónicas, propondo que se lance um novo olhar sobre o Tratado da Ciência Cabala de D. Francisco Manuel de Melo.
Referimo-nos ao Congresso Internacional "Cervantes e Shakespeare: 400 anos no diálogo das Artes", uma organização com o selo do proverbial Clepul, que reúne muitas dezenas de participantes, nacionais e estrangeiros.