CORRESPONDÊNCIA. 56
CARTAS DE ANTÓNIO TELMO PARA ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO. 09
ESTREMOZ
17-7-2007
Meu caro Amigo
António Cândido Franco
O texto de teatro filosófico[1] que lhe enviei foi escrito há seus quinze anos, bem como a “explicação”[2] que agora também lhe envio. Talvez que esta ajude a compreender porque a “apoteose” é a da recepção no Templo de Salomão, onde se encontra Caterina (o nome de deriva de cátaro ou de Kéter?) com quem o “argonauta” se une em esponsais.
Não conheço o valor musical do rock e até é possível que seja muito elevado para os apreciadores, figura ali como elemento a juntar-se a outros para exprimir o processo de decomposição psíquica em que também nós estamos implicados. Não o Leonardo Coimbra da minha imaginação e tal como o penso ter ele sido, que, à semelhança de Eneias na Eneida, de Ulisses na Odisseia e de Dante na Divina Comédia não se mistura com o sórdido e o abjecto, mas dele se separa pelo caminho que ascende até Deus.
As páginas que agora lhe envio são para preceder o texto teatral[3], caso o livro A Verdade do Amor venha a ser editado.
Estou-lhe muito grato pela atenção que me prestou mais uma vez lendo-me e pelo movimento junto do Paulo Loução.
Um grande abraço do seu muito amigo
António Telmo
P. S. A igreja, sendo o Templo de Salomão, é aquela que Bruno e Pascoaes queriam que fosse a Igreja Lusitana.
[1] Nota do editor – Trata-se da peça teatral, da autoria de António Telmo, A Verdade do Amor, originalmente publicada em 2008, com a chancela da Zéfiro, no volume A Verdade do Amor seguido de Adoração: Cânticos de Amor, de Leonardo Coimbra.
[2] Nota do editor – Trata-se de “Breve explicação do que atrás foi escrito”, publicado, no volume referido, logo após o texto teatral.
[3] Nota do editor- De facto, surgiram após aquele texto, conforme se explicitou na nota anterior.