CORRESPONDÊNCIA. 50
CARTAS INÉDITAS
DE LUÍS AMARO PARA ANTÓNIO TELMO
[transcrição & comentário de Pedro Martins & A. Cândido Franco]
Luís Amaro em 1970. Foto gentilmente cedida por António José Queirós
Carta II
23 de Julho 2006.
Meu Caro Filósofo Amigo:
Em férias há uma semana, recordo saudosamente os nossos encontros no Ganso, da Rua do Norte, e depois no Atalaia, restaurantes do Bairro Alto… Com o seu irmão Rui e, às vezes, o seu colega Francisco Sotto Mayor. Da minha parte, aparecia o Romeu Correia neo-realista de gema, e no Ganso(?) estacionavam, longe, o Carlos Wallenstein e o poeta Mascarenhas, de Faro e que estudava Letras. Quantos desapareceram já! Somos nós os sobreviventes… Éramos “contemporâneos”, mas só com o meu Amigo, o seu irmão e o Romeu avulso eu convivia, os outros ignoravam-me com desdém (pois não era eu o “alentejano bisonho” de Armindo Rodrigues?). Recordo ainda, mas já perto de mim, o Azinhal Abelho dessa época e até de antes, e seu irmão Orlando, que nunca me molestou…
Ao Wallenstein (“arrebenta pensões”) descobri-lo-ia, é diferente, na Fundação.
Temos dois bons amigos comuns: o António Cândido Franco e o António Severino.
Deseja-lhe todo o bem, com um abraço, o Luís Amaro.