CORRESPONDÊNCIA. 15
CORRESPONDÊNCIA DE ÁLVARO RIBEIRO PARA ANTÓNIO TELMO. 09
Lisboa, 13 de Junho de 1977
António Telmo,
meu prezado Amigo:
Recebi um exemplar do seu livro “História Secreta de Portugal”, que desde já lhe agradeço, bem como a simpática dedicatória e as generosas referências aos meus obscuros e ineficazes escritos.
Li já, por duas vezes, o seu muito admirado trabalho, onde encontrei mais provas de um talento já meu conhecido. Páginas bem pensadas e bem escritas, estudei-as sem lograr aquela coordenação clarificante a que sempre aspira o meu espírito. Espero que à terceira leitura, a praticar brevemente, possa tirar o máximo proveito de uma obra tão generosa e inteligente como aquela que o António Telmo acaba de produzir.
Bem sei que o meu bom Amigo não se contentará com estes justos e merecidos louvores, pois esperará também o diálogo crítico e dialéctico. Ficará para mais tarde. Nesta hora em que a minha mão trémula significa o assalto de quatro doenças (uma das quais me vai matar), não me é possível escrever mais. Desculpe-me. Espero vê-lo e abraçá-lo, para à vista e de viva voz lhe testemunhar a confiança e a estima que há decénios dedico ao seu belo e singular espírito raro entre nós. Queira confiar sempre na admiração e na amizade do
Álvaro Ribeiro