BISPO EMÉRITO DE SETÚBAL, D. MANUEL DA SILVA MARTINS, SAÚDA LANÇAMENTO DE «AGOSTINHO DA SILVA - A ÚLTIMA ENTREVISTA DE IMPRENSA», ONTEM APRESENTADO EM SESIMBRA POR FERNANDO DACOSTA E ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO
Quando o Bispo Emérito de Setúbal, D. Manuel da Silva Martins, que acompanhou Agostinho da Silva nas suas últimas horas de vida, faz questão da saudar vivamente, por mensagem de correio electrónico, a edição e o lançamento de Agostinho da Silva - A Última Entrevista de Imprensa, um sentimento de regozijo apossa-se do momento vivido. Ontem, no Auditório do Centro de Estudos Culturais e de Acção Social Raio de Luz, depois de António Marques, Presidente do CECAS-RL e Director do Raio de Luz, ter aberto a sessão, Fernando Dacosta e António Cândido Franco apresentaram o livro que reconstitui um momento histórico: as derradeiras palavras à imprensa, através do jornal sesimbrense Raio de Luz, daquele que, no dizer de Dacosta, foi o maior génio da cultura portuguesa na segunda metade do século XX, tal como Pessoa o houvera sido na primeira metade. Um momento que é um marco e que traz responsabilidades para quem o protagonizou, como o biógrafo de Agostinho fez questão de salientar, numa exortação a Pedro Martins e a Rui Lopo, que também integraram a mesa e que, com António Ladeira, transcreveram e editaram a entrevista e coordenaram a edição do volume. Repto de pronto aceite por aqueles que, nos últimos anos, têm concretizado amplo trabalho de estudo e edição da obra de Agostinho, através da publicação de livros como Agostinho da Silva em Sesimbra, Cartas de Agostinho da Silva para António Telmo, Um António Telmo: Marranismo, Kabbalah e Maçonaria (onde avulta o longo ensaio de abertura “Agostinho da Silva, o Marrano do Divino”), A Liberdade Guiando o Povo – Uma Aproximação a Agostinho da Silva e, agora, este Agostinho da Silva – A Última Entrevista de Imprensa, acabado de sair a lume com a chancela da Zéfiro e o selo da Colecção Nova Águia. Seguir-se-á A Literatura de Agostinho da Silva, essa alegre inquietação, de Risoleta C. Pinto Pedro, que será lançado a 15 de Outubro, durante o Colóquio “A Literatura de Agostinho da Silva”, que o GEAS – Gabinete de Estudos Agostinho da Silva irá promover, nesse dia e na véspera, no Auditório Municipal Conde de Ferreira, em Sesimbra, e no Auditório do CECAS-RL, em Sampaio, ao mesmo tempo que na primeira destas salas estará patente a exposição bibliográfica e documental sobre “Agostinho da Silva e o processo da PIDE”. Em Novembro, será tempo desta mostra itinerar para Setúbal, onde, a 18 desse mês, será inaugurada na Casa da Cultura, em paralelo com uma sessão de apresentação dos três títulos este ano publicados com a marca do GEAS: A Liberdade Guiando o Povo – Uma Aproximação a Agostinho da Silva, de Pedro Martins, com prefácio de Miguel Real, Agostinho da Silva – A Última Entrevista de Imprensa, que tem prefácio de António Cândido Franco e posfácio de João Ferreira, e A Literatura de Agostinho da Silva, essa alegre inquietação, de Risoleta C. Pinto Pedro, prefaciado por Helena Briosa e Mota, que também comissaria a exposição agostiniana, em Sesimbra e em Setúbal.
Fundado em 19 de Dezembro de 2015, na vila de Sesimbra, à ilharga do prédio da Falésia onde Agostinho viveu quando permanecia em Sesimbra, na presença referencial do Professor João Ferreira, o GEAS reassume hoje o seu compromisso de renovação dos estudos agostinianos numa perspectiva plural, séria e inovadora, pugnando pela máxima difusão da obra e do pensamento de Agostinho da Silva.
Na sessão de ontem, a unanimidade estendeu-se ao estatuto de Agostinho: um gigante. Mas um gigante que tende a desaparecer dos escaparates. Ignorar este problema, recalcar a perplexidade que ele motiva, seria, por certo, uma traição ao Estranhíssimo Colosso. Talvez hoje importe menos saber como ele surgiu e cresceu ao longo de uma década bem contada. Talvez o fundamental seja perceber como se poderá resolvê-lo.