9 DE MAIO, ÀS 16:00, NA ABERTURA DAS «TARDES TÉLMICAS»: ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO APRESENTA EM SESIMBRA «O ESTRANHÍSSIMO COLOSSO», BIOGRAFIA DE AGOSTINHO DA SILVA

04-02-2015 09:35

Deixam-se para trás muitas centenas de páginas sobre Agostinho da Silva. Viajou-se com ele desde que veio ao mundo no popular bairro da Campanhã até ao momento em que, 88 anos depois, dele se despediu em Belém, lugar de todos os lenços, de todas as lágrimas, de todas as despedidas, de todas as saudades, de todas as esperanças. Pelo meio ficaram os passos numa aldeia da raia, os estudos na Invicta, os primeiros amores, os trabalhos em Lisboa, as investigações em Paris e em Madrid, as paixões em São Paulo, os entusiasmos em Montevideu, as estranhezas em Buenos Aires, os recolhimentos em Itatiaia, os estudos no Rio, as aulas em Niterói, as campanhas na Paraíba, as descobertas no Ibapuera, as acções em Santa Catarina e na Baía, os novos amores em Brasília, as realizações no Japão, em Timor e em Nova Iorque, os empenhos na Galiza, as explosões em Sesimbra, Monsaraz e Príncipe Real, a participação na Revolução dos Cravos e no novo Portugal livre. Ficou ainda a obra colossal, que o génio do seu espírito, a agilidade da sua mão, a acutilância do seu pensamento nos legou e que procurei acompanhar momento a momento, desde a estreia em letra redonda em 1922, n’O Comércio do Porto, às folhinhas dactilografadas que ele teimou em manter vivas e distribuir pelos amigos quase até à hora da morte.

 

António Cândido Franco, O Estranhíssimo Colosso: Biografia de Agostinho da Silva

 

O título chega-nos das estâncias d’Os Lusíadas, onde Camões destinou à Piscosa Sesimbra um muito bom lugar. Mas Sesimbra é também um dos lugares principais deste O Estranhíssimo Colosso, a biografia de Agostinho da Silva que António Cândido Franco, membro fundador do Projecto António Telmo. Vida e Obra, verá lançada na próxima semana. Com Lisboa e Monsaraz, Sesimbra constitui, como bem nota Cândido Franco, o triângulo das explosões do filósofo em Portugal, após o seu regresso do Brasil. A apresentação da obra tem já lugar marcado na Biblioteca Municipal de Sesimbra, no dia 9 de Maio, às 16 horas, na primeira das nove Tardes Télmicas deste ano. A par de Um António Telmo: Marranismo, Kabbalah e Maçonaria, de Pedro Martins, lançado a 30 desse mesmo mês, cujo longo ensaio de abertura, o inédito “Agostinho da Silva, o marrano do Divino”, cobrindo quase metade do livro, se radica na visão télmica de Agostinho, a apresentação aos sesimbrenses, a cargo de Pedro Martins e do autor, da biografia que António Cândido Franco escreveu virá culminar, no que ao nosso projecto diz respeito, um vasto ciclo nacional de comemorações agostinianas, por ocasião do 20.º aniversário da morte do filósofo.  Sesimbra e António Telmo, mas também Rafael Monteiro e António Reis Marques, são os traços de união que compõem este importante património télmico. Recorde-se que António Cândido Franco prefaciou, no ano transacto, os livros Agostinho da Silva em Sesimbra, de Pedro Martins e António Reis Marques, e Cartas de Agostinho da Silva para António Telmo, de João Ferreira, Pedro Martins e Rui Lopo, os dois únicos livros de agostiniana publicados no ano em que se comemoraram os 20 anos da morte de Agostinho, ambos apresentados em sessão de homenagem ao filósofo que o nosso projecto levou a cabo, em parceria com o Centro de Estudos Bocageanos, na Biblioteca Nacional de Portugal, em Novembro último.